quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Cura da Ausência Paterna

Se você foi vitima de um abandono por parte de pai ou o perdeu muito cedo, certamente há em você a ferida da ausência e em alguns casos da rejeição; há ainda aqueles que cresceram convivendo com o pai, mas que somente experimentaram a dor de não ser por ele amados.

Muitos questionamentos, feridas e complexos surgem a partir desta ferida: 

- O que há de errado comigo para ele não me amar?
- Foi algo que eu fiz, foi algo que eu disse, foi porque eu não fui desejado?
- Porque Deus permitiu que eu não tivesse um pai ou que eu o perdesse?
- Porque o outro pode ter um bom pai e eu não?

Por trás de cada um destes questionamentos existe uma criança que sente falta de uma presença masculina em sua vida, do amor de um pai. E não se assuste com o que vou dizer, somente quem passou ou passa por essa dor poderá entendê-la, os outros acharão exagera tantas lágrimas, tanta dificuldade de amar e confiar nos outros, mas só você e Deus sabem o que ela significa. E por isso somente pela cura do abandono e da ausência haverá paz em seu coração.

Muitas podem ser as sequelas deste abandono: Baixa autoestima, desequilíbrio afetivo, dificuldade de ser um bom pai, dificuldade de convivência como pessoas que representem uma figura paterna, carência excessiva, depressão e até desejo de suicídio. Essa ferida é séria e precisa de atenção.

Ainda que você tenha se convencido de que o melhor teria sido não ter nascido, que talvez se você tivesse vindo diferente, que você não é alguém que foi desejado; uma verdade precisa tocar o seu coração: ainda que ninguém tenha lhe desejado neste mundo, Deus o quis. Como sei disso? Olhe no livro do Gênesis, Deus antes de criar o homem, fez tudo com muito carinho, um mundo cheio de coisas belas, maravilhosos cenários, cheiros, gostos, Ele fez tudo com muito carinho e só quando tudo estava lindo e perfeito, Ele criou o homem e lhe deu o mundo e a vida como presente. Você ter sido abandonado não foi escolha de Deus, mas do seu pai. Não há como você saber por qual razão, mas você precisa aprender que a culpa não é de ninguém, apenas daquele que fez a escolha. Talvez por desespero, despreparo ou por desamor mesmo, mas o importante é você se aceitar e se amar como alguém especialmente criado por Deus, como ser único e insubstituível.

Se a morte levou seu pai muito cedo, também não foi porque Deus queria o seu sofrimento, mas porque era a hora dele ou por causa da atitude de alguém que lhe roubou a vida antes da hora. Ou ainda Deus permitiu que você vivesse isso para depois de ser curado ajudar outras pessoas a voltar a ser feliz após a perda. Como exemplo de alguém que encontrou no Senhor Deus um grande Pai.

Você pode talvez tentar encontrar esse amor em alguém, isso talvez lhe ajude a princípio, mas a ferida é grande demais para somente uma convivência curá-la. É preciso mergulhar no amor do Deus Pai, que antes de tudo quer que sejamos seus filhos. Se coloque no colo do Papai e permita que Ele lhe ofereça aquilo que lhe faltou e te ajude a sentir o quanto você é amado, que você foi sonhado e desejado por Ele e que você é tão especial para Ele que Ele enviou Jesus seu Filho, para morrer na Cruz pela nossa libertação. E então neste processo de se colocar aos poucos no colo do Pai, comece a se deixar por Ele ser amado e abençoado, dialogue com Ele, peça a sua benção, viva um relacionamento de intimidade e você mais do que um Pai, encontrará Nele um Salvador.

As feridas familiares são um desafio a ser vencido, em um processo lento e difícil, mas se você acha que suas feridas são grandes, você não tem ideia do que elas se tornarão nas mãos do Pai que nos ama até as últimas consequências. 

O assunto é longo e delicado, vamos aprofundar mais nele em novos textos, mas tenha a certeza, é de Deus que vem o que você espera. Assim diz o Salmo 61 (62). Tire um tempo, reze com ele e terá a força para se lançar neste caminho de cura e libertação interior. Deus te abençoe e conduza!

Amém!

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